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Sobre a exposição/About the Exhibition
A Galeria Murilo Castro em parceria com a Galeria Nicoli apresentam a exposição coletiva:
A Convergência do Design e da Arte Contemporânea
O aspecto definidor da arte do século XX está na instigante relação entre o homem e a máquina. Diversos movimentos artísticos se caracterizaram por uma verdade estruturada num processo industrial; isso ocorreu com os inflamados manifestos dos futuristas italianos com as máquinas de habitar de Le Corbusier com o método de ensino inovador da Bauhaus. No campo teórico destaca o trabalho de Walter Benjamin que investiga a relação da arte e de sua reprodutibilidade industrial. Esses artistas e pensadores foram impulsionados pela tecnologia do seu tempo, mas as suas ações e reflexões colaboraram para alavancar a pesquisa tecnológica. O mundo moderno sempre buscou a integração entre a Arte e a Indústria substituindo os antigos ateliês por estúdio de criação coletiva, sintetizados pela Bauhaus que propunha a unidade de todas as artes através de praticas interdisciplinares que fundiam diversas disciplinas como metalurgia, marcenaria, serralheria, tecelagem, cerâmica e tipografia, visando à produção de objetos ao mesmo tempo úteis e belos.
Nos últimos tempos tem desenvolvido pesquisas sobre esse tema e realizado exposições que abordam a relação entre a Arte e o Design no mundo moderno e contemporâneo. Tanto o projeto “Arte e Indústria” que organizo para o Sesi e que está em sua 3ª edição e a mostra “ Fronteiras, Limites e Intercessões” realizada na Caixa Cultural em São Paulo aborda esse tema e é, portanto, com satisfação que vejo essa análise sensibilizar o circuito comercial com a mostra “ A convergência do Design e da Arte Contemporânea” na Galeria Murilo Castro em Belo Horizonte. – Marcos Lontra.Galeria Nicoli:
O projeto da Galeria Nicoli nasceu com o objetivo de estimular e fundamentar a discussão sobre o conceito design-art, uma das mais relevantes discussões artísticas contemporâneas. Fomentando e divulgando a produção de artistas e designers consagrados e também em amadurecimento.
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Informação(ões) do(s) artista(s)/About the Artist
Artistas: Abraham Palatnik, Arthur Luiz Piza, Camille Kachani, Chiara Banfi, Luiz Hermano, Marcos Coelho Benjamim, Nazareth Pacheco, Nelson Leirner, Paulo Vivacqua, Sérvulo Esmeraldo, e Walmor Corrêa.
Designers: Andrea Macruz, Bruno Simões, Carol Gay, 80e8, Outra Oficina, Paulo Goldstein, Rodrigo Ohtake e Tiago Curioni
MESA REDONDA – 02/set de 11:30h às 12:20h a com: Camille Kachani, Bruno Simões e Paulo Goldstein
Bruno Simões
Sobre design autoral:
“Acredito que como em todas as artes, o design está passando por uma intensa fase de resignificação fruto de sua maturidade – um momento único em que discurso e tecnologia se alinham para criar algo além da demanda genérica de mercado. Quando tudo já foi criado é o momento em que a visão do autor se sobressai à criação por si só e é esse o momento que o design vive.”
Sobre intersecção entre design e arte
“Esse diálogo não é novo, sendo investigado por importantes nomes das artes, de Salvador Dalí a Donald Judd, ambos ao longo dos anos 70. Acho que todo artista que se conecta com o universo criativo/ investigativo para além do pictórico é capaz de encontrar esses pontos de convergência, não só da arte com o design, mas com a arquitetura, o urbanismo e a sociedade – como o artista OlafurEliasson tem nos mostrado com cada vez mais intensidade.”
Camille Kachani
Beirute, Líbano, 1963
Os trabalhos de Kachani nos remetem ao uso de imagens banais, objetos cotidianos. Porém, além deste interesse, o artista investe na acepção decorativa que nos inclina a uma espécie de nouveau contemporâneo. Sabemos que em torno de 1900 o art nouveau procurou uma certa humanização da indústria. Hal Foster afirma que em torno do ano 2000, voltamos a conceitos daquele fim-de-século: “vivemos outra era de disciplinas difusas, de objetos tratados como mini-objetos, de desenho total, de um Estilo 2000.”
Ao observarmos os trabalhos de Camille Kachani, esta afirmação de Foster se torna evidente. São trabalhos arquitetados por uma crença liberta da autonomia, ou dos dogmas construtivistas. O industrial, o estrutural, o funcional são completamente recobertos pela ficção, pelo efeito. – Marcelo Campos
Paulo Goldstein
Paulo Goldstein é um designer/artista. Nasceu em São Paulo em 1980.
Paulo formou-se em Artes Plásticas pela FAAP (2003) e seguiu trabalhando como ilustrador para revistas e livros infantís, até se mudar para o Reino Unido em 2006 aonde trabalhou como escultor e modelista para inúmeros projetos de animação “Stop-Motion”, incluindo “Fantastic Mr. Fox” de Wes Anderson e “Frankenweenie” de Tim Burton.
Em 2012, Paulo completou o Mestrado em Desenho Industrial na Central Saint Martins em Londres, aonde ele desenvolveu seu projeto “RepairisBeautiful”, participando em diversas exposições, incluindo “COLLECT 2013” na SaatchiGallery, “WhatisLuxury? “ no museu Victoria & Albert em 2015, entre outras.
Em 2013, foi convidado por Jeremy Till, Reitor da Central Saint Martins, para transformar um espaço desocupado na faculdade em sua sala de visitas, desenvolvendo o conceito de escassez, no projeto “Scarcity Project”.
Definição da intersecção entre arte e design
“Forma e função” são espaços tradicionalmente frequentados pelo design, narrativa, poética e conceito, são suas áreas de trânsito mais recentes.
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Imprensa/Selected Press
- 87, Acrilica sobre madeira, 110,5 x 162,9 cm, 2016.
- Abraham Palatnik, Mesa, Pintura em Vidro com tinta friavel, madeira e palhinha, 39 x 81 x 64,5 cm
- Abraham Palatnik, Mesa, Pintura em Vidro com tinta friavel,aço e madeira, 43,5 x 62 x 32,5 cm
- Attrape Reve, Arame galvanizado e zinco pintado em acrilica, 93 x 84 x 25 cm
- Bruno Simões, Mesa de Apoio Abstrata (2015), aço carbono e granito, Tiragem 11, 40 x 90 x 100 cm
- Camille Kachani, Sem título, Martelo e madeira, 19,5 x 52 x 19,5 cm, 2014.
- Camille Kachani, Sem Título, Tecnica Mista, 25 21,5 x 22 cm
- Camille Kachani, Sem Título, Tecnica Mista, 70 x 45 cm
- Carol Gay, Leque Espelho Metro (2016), latão banhado a ouro, Tiragem 1/10, 30 X 57 cm
- Chiara Banfi, Confluência 2 da série Rio e Lava, Pedra de rio e pedra obsidiana e cabo RCA , Dimensões variáveis, 2015, Edição única
- Luiz Hermano, Reação em cadeia 3, ferro soldado, 100 x 90 x 20 cm, 2017
- Luiz Hermano, Reação em cadeia 7, ferro soldado, 120 x 130 x 15 cm, 2017.
- Marcos Coelho Benjamim, oitavado, zinco oxidado pintado, 100 x 100 cm, 1998
- Marcos Coelho Benjamim, Quadrado, zinco oxidado e enferrujado, 50 x 50 cm, 2004.
- Marcos Coelho Benjamim, Quadrado, zinco oxidado e enferrujado, 50 x 50 cm, 2004
- Nazareth Pacheco, Exclusão, Acrílico e Agulhas, 90 x 42 x 46 cm, 2007.
- Nelson Leirner, Missa móvel, Objetos em madeira, plástico, borracha e porcelana, 20 x 50 x 30 cm, 2013 – Ed. única
- Outra Oficina, Cadeira Sucata Balanço (2015), assemblage de metal e madeira, Tiragem 1/14, 80 x 63.5 x 83.5 cm
- 80e8 Design, Aparador Meteorito (2017), vidro incolor 10 mm, espelho e latão [Tiragem 1/5], 84 x 160 x 50 cm
- Outra Oficina, Espelho EE2672 cinza (2017), espelho, pregos de aço carbono soldados e pintura eletroestática, Tiragem 1/1, 120 x 120 cm
- Paulo Goldstein, Namoradeira Palito (2017), vidro incolor 19 mm e encosto de madeira, Tiragem 1+1, 75 x 110 x 45 cm
- Rodrigo Ohtake, Fresta (2017), vidro, película preta, mdf e led, Tiragem 2/5, 96 x 64 x 23.5 cm
- Sérvulo Esmeraldo, Sem Título, Relevo em aço trefilado, pintado, 125 x 190 x 21 cm, 2006/2016
- Sérvulo Esmeraldo, Sem Título, Escultura em Aço inox trefilado, 192,5 x 80 x 80 cm, 2015
- Sérvulo Esmeraldo, Sem Título, Escultura em aço inox trefilado pintado, 68 x 113 x 127 cm
- Tiago Curioni, Banco Angel (2015), starom Samsung, 100 x 200 x 60 cm
- Walmor Corrêa, Sem titulo, Grafite, lapis de cor e tinta sobre papel, encadernacao em papel e couro, 83,5 X 51,5 cm, 2015