Acervo Galeria Murilo Castro – Jac Leirner

Jac Leirner utiliza embalagens de cigarros, sacolas plásticas, dinheiro, cartões de vistas e outros produtos retirados do universo do consumo em seus trabalhos. E ao inseri-los dentro do universo artístico, eles ganham novos significados. No acervo da Galeria Murilo Castro está a obra ilustrada na foto (Técnica mista – 20 x 40 cm).

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A compulsão por acúmulo, ordem e classificação é transformada por Jac Leirner em estratégia construtiva, em obras feitas com objetos do cotidiano. Seu trabalho revela grande ironia e humor, pois a poesia está justamente nos materiais e em suas características. Ela acaba levando para o museu objetos que não foram feitos para a perenidade, como o dinheiro, os cartões, os adesivos ou as sacolas. Construídos como objetos transitórios, eles acabam congelados, revelando momentos que, graças às fabulações da artista, tornam-se permanentes.

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Segundo Moacir dos Anjos, “Sua obra é conhecida pelo interesse que demonstra por tudo que circula no mundo (mercadorias) e pelo que torna tal circulação possível (o dinheiro), bem como por problematizar os padrões formais estabelecidos pelo racionalismo nos movimentos artísticos (Arte Concreta e Minimalismo). Sua obra tece ainda argutos comentários sobre o sistema da arte e os costumes do meio artístico (viajar, apresentar cartões de visita), tornando-a uma das primeiras artistas a tratar do tema da condição do artista sob a globalização e suas implicações para a produção e circulação da arte”.